Archive for março, 2010

A Graça da Gratidão

Antes de tudo, um alerta para vegetarianos de plantão! Não comprem pipoca salgada em Curitiba! Eles colocam BACON na pipoca! ECA!!! rsrsrsrs….

Voltando ao blog, estou desejosa hoje de falar sobre uma sensação que tomou meu coração esses dias:

A Gratidão…

Em alguns momentos do meu dia este sentimento tem tomado meu coração de maneira plena. Sabe, desde que cheguei aqui tenho carregado um sentimento de desajustamento, de incômodo, de insegurança, de “falta de chão”, de uma constante sensação de que a qualquer hora “volto para casa”…

Porém, em lapsos de momento, Krishna também tem me proporcionado grandes  iluminações, meio que abrindo meus olhos da escuridão dos meus  “apegos”.

Primeiro, foi na aula de dança. Entre um exercício e outro, ao me perceber ali naquela sala, com aquelas outras garotas e garotos, aprendendo minuciosamente os segredos da dança, do corpo na dança, no movimento,etc… e estando ali sendo monitorada por uma professora inteligente e sensível, extremamente dedicada e atenciosa, notei que dádiva maravilhosa estava vivendo. Fazendo o que eu amo da melhor maneira possível, recebendo as instruções certas e com total disposição a aprender mais… Enchi-me de total gratidão por aquela oportunidade única. Senti-me lisonjeada por tal dádiva divina.

Mais tarde, neste mesmo dia, veio o segundo sentimento de gratidão. Estava num ensaio vocal do grupo que Brahmarsi está organizando para se apresentar numa fazenda Hare Krishna em São Paulo (eu irei dançar!). Ao ouvir a harmonia das vozes do pequeno grupo, recitando lindos versos em sânscrito que revelam o mais puro e sublime amor por Deus, meu coração se encheu de alegria e novamente agradeci. Estava simplesmente vivendo o que sempre desejei: me dedicar a trabalhar com pessoas voltadas a utilizar tudo o que têm e são no serviço amoroso a Deus.

Por fim, bem mais tarde, já na hora de dormir, tive uma forte crise de cólica à noite, sendo obrigada a passar a madrugada gemendo de dor e fazendo auto-massagens no ventre para ter algum alívio. Porém, em meio a toda a minha agonia, estava Brahmarsi do meu lado, tadinho, sem saber exatamente o que fazer, mas cheio de amor e doçura, tentando falar ou fazer alguma coisa para aliviar minha dor física. Só em olhar para ele e pensar em todos os obstáculos que passamos para estarmos juntos e notar que ele estava ali, sempre tão bem disposto para me ajudar e me proteger, novamente estava eu agradecida, extramamente agradecida e até embaraçada com tanta gratidão que  invadia meu coração.

Como se agradece tantas bênçãos? O que fazer com tantas alegrias no coração? Em mim, só há apenas um desejo de compatilhar este sentimento e oferecer as pessoas que me rodeiam um lapso dessa sensação maravilhosa da gratidão.

Aproveito para pedir a vocês para meditar neste sentimento de gratidão. Pensem se há algo que você possa agradecer ainda que seja o mínimo, do mínimo, do mínimo, do mínimo….

É isso… Até a próxima…

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Em-Des-per-tar

Este blog por muito tempo se concentrou como espaço de explosão de meus pensamentos, após noites e dias de muito ‘mastigar’ as palavras e as compreensões sobre determinado assunto. Por conta disso, ele acabou sendo espaçadamente atualizado e voltado a temáticas  variadas e pontuais. Bem, outro ponto é que noto que ele é normalmente lido por amigos meus próximos, que sabem o suficiente sobre minha vida – ainda que meu propósito seja falar para qualquer pessoa.

Assim sendo, decidi, agora que estou numa perspectiva diferente da minha vida: livre da faculdade, noiva, morando numa cidade estranha e longe de minha família e amigos, tornar este blog um espaço para falar mais livremente meus pensamentos, grandes e pequenos, de coisas metafísicas a bobagens interessantes do dia-a-dia. Vou deixar mais em aberto minhas palavras para apresentar minhas impressões sobre um olhar espiritual da vida, num ponto tão distinto do momento “ser adulto”.

Desde que cheguei a Curitiba minha mente tem borbulhado pensamentos sobre tudo o que me levou a estar aqui e qual a sensação que estou vivendo neste novo momento. Talvez seria bom falar sobre isso, mas…

…não dá pra se falar de tudo….

…mal consigo expressar realmente meus sentimentos…

Há uma mistura meio louca de insegurança, medo, expectativa, esperança, coragem, introspecção…. Enfim, um bolo, um mosaico do meu “eu” sendo reconstruído a cada dia que acordo e me percebo num espaço tão diferente, lidando com culturas, sotaques, pessoas, casas, chuvas e sóis diferentes.

É uma estranha sensação de sempre acordar e fazer uma retrospectiva de pensamentos para entender porque estou ali. É acordar, acordando ainda para a vida. Acordar na instabilidade, na incerteza do que o dia vai trazer….

Sei que isso pode aparentar ser algo bem chato e difícil, porém, para minha mente este “novo acordar” diário tem me dado muitas realizações espirituais.

Na realidade, fico feliz em notar que o véu ilusório da certeza do dia-a-dia, regrado e igual que se sabe como, onde e porque acordar,  ao ser retirado, me faz pensar mais o quanto sou pequena diante do mundo, o quanto não sou a controladora dos meus dias, da minha vida, dos meus minutos. De fato, essa incerteza do primeiro raio de sol da manhã tem me dado uma liberdade diferente. Algo meio doce, belo, ingênuo. É como se estivesse de coração aberto para ver a vida, para ver o mundo acontecendo. Sinto-me quase um bebê nos braços de Deus, que me desperta e somente no momento certo me diz o que fazer e como fazer. Eu acordo sem perguntas:

“Como será minha vida?” ”Será que conseguirei um emprego?” “Será que formarei uma família?” “Como vou comer?” etc, etc, etc….

Nenhum destes questionamentos me aflige. Estou mais do que nunca no presente.  Vejo um passado bonito, que olho com admiração, e um futuro tal qual uma folha de papel em branco. Mas o presente? O presente é vívido, real, pleno das incertezas mais maravilhosas….

É essa minha vida hoje.

Acordo apenas para v- i – v – e – r…

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