Amor em Rascunho

Quantas pessoas você ama? Mas, ama de verdade, de total coração, de entrega mesmo, de plenitude, que faz você encher a boca para dizer: ‘Eu te amo!’.

 Quantas?

Conte aí:  20, 18…15… menos? Acho que amo umas 12, 13… Não sei… Vamos colocar uma média de 10, certo?

Quantas pessoas existem neste mundo? De acordo com Mr. Wikipédia, 6.600.000.000 pessoas neste planetinha Terra. Porque não conseguimos ou não queremos ou até não nos interessamos em amar as  6.599.999.990 restantes?

Tudo bem, eu sei que é um pouco exagerado, afinal, mesmo que você vivesse milhões de anos, talvez não fosse capaz de conhecer essas tais 6.599.999.990 pessoas restantes.

Diminuindo um tantinho: Quantas pessoas moram no seu bairro, quantas pessoas trabalham ou estudam com você? Quantos amigos dos seus amigos você conhece, vizinhos de seus vizinhos, parentes de seus parentes e etc, etc, etc…

Afinal, qual critério nós criamos para amar alguém? Quais os motivos, as razões que depositamos para amar alguém? Talvez, pelo menos, conhecer a pessoa, quem ela é, o que gosta, onde mora, quais são seus valores, suas escolhas, sua índole, seu caráter. Depois acho que percebemos de que modo aquela pessoa nos traz algo bom, seja numa conversa, num passeio, num cuidado, numa atenção, num gesto de carinho e educação. Aí acho que damos espaço para + 1  pessoa entrar no nosso coração e aí a amamos…

Tão rápido, tão simples, tão premeditado, tão conveniente…

Por que precisamos de razões para amar? Porquê? Por que precisamos que determinadas pessoas nos dêem prazer, satisfaçam nossas vontades, preencham nossos vazios para amá-las?

E se elas não fizerem isto, elas não serão dignas do nosso amor? 

Revisando esta idéia de amor. Estou querendo aprender um novo amor. Um amor sem motivos, amor por ser assim parte de mim e de todos porque parece ser este o sentimento mais comum da vida animal, vegetal e humana. Sempre há um pouquinho disso em nós. Mas como vou amar os outros sem minhas conveniências e como demostrar um verdadeiro sintoma de amor para alguém?

Será que abraçando-a, estou amando-a?

Será que dizendo seu nome, estou amando-a?

Será que sendo gentil e educada, estou amando-a?

Não há como fugir… Não há possibilidade de amor sem compaixão. Por favor, não a compaixão que está na nossa mente: caridade, bondade, talvez, pena…

Compaixão com plenitude e desejo de amar de verdade o outrem de entregar ao outrem um tesouro precioso, não porque ele é nosso ‘preferido’, ou porque me relaciono com ele, ou porque ele me diverte, me faz feliz! Não é dar algo só por saber que vai haver uma troca. E se não houver? E se só você der?

Ainda que o outro não goste, não queira,

 ainda que o outro não te ame!

Você aceita dar algo a alguém que não te ame, que não te agrade?!

Só vamos rasgar o véu do ego falso, da indiferença, do isolamento, da apatia, das conveniências com esta espada pesada, difícil de carregar, mas cheia de esplendor e prontamente afiada da Compaixão

Sri Caitanya Mahaprabhu, um encarnação de Deus neste mundo nos ensinou:

“Deve-se cantar o santo nome do Senhor num estado de espírito humilde, julgando-se inferior a palha na rua. Deve-se ser mais tolerante que a árvore, desprovido de todo sentido de falso prestígio e deve-se estar sempre pronto a oferecer todo o respeito aos outros. Neste estado de espírito pode-se cantar o santo nome do Senhor constantemente.” (Sri Sri Shikshastaka, verso 3)

Repitam essas palavras todos os dias e vejam se seu coração já aceitou esta condição: a Compaixão.

Um Teste:

Olhe pra estas pessoas e diga para si mesmo porque não as ama(!):

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1 Response so far »

  1. 1

    jaqueline almeida said,

    Como você ser tão simples, mas tão direta e tão intensa…
    Espero que muitas pessoas tenham lido o seu texto e refletido sobre ele, por que ele é tão verdadeiro, tão sincero.


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